A empresa Oxigênio Dois Irmãos, que fornece oxigênio hospitalar para 27 municípios da região Norte de Mato Grosso, enviou alerta às prefeituras informando que só tem estoque suficiente até o final da manhã de segunda (22). No documento, a fornecedora pede ajuda ao Estado para que seja garantido o fornecimento do insumo hospitalar.
“É certo que a notificante somente pode garantir a entrega do oxigênio até o final da manhã do dia 22/03/2021, caso a demanda não extrapole do já previsto nas últimas 24 horas, qual seja, 10.000m³/dia”, diz trecho do documento assinado pela advogada da empresa, Dulcineide Aparecida Barbosa.
O desabastecimento pode atingir as seguintes cidades: Colniza, Aripuanã, Nova Bandeirantes, Juruena, Castanheira, Nova Monte Verde, Apiacás, Paranaíta, Carlinda, Nova Guarita, Nova Canaã Do Norte, Colíder, Itaúba, Juara, Brasnorte, Tapurá, Lucas Do Rio Verde, Vera, Sinop, Claudia, Marcelândia, Terra Nova, Peixoto de Azevedo, Matupá, Guarantã Do Norte, Diamantino, Nova Mutum e Água Boa.
A Dois Irmãos é uma das duas únicas empresas que fazem o envasamento do oxigênio em Mato Grosso, segundo consta na notificação extrajudicial. O desabastecimento acontece porque o produto é fornecido por um contrato entre a empresa, que fica em Sinop, e a Messer Gases Ltda, sediada em Cubatão (SP). A empresa mato-grossense envia caminhões até aquela localidade para abastecê-los e trazê-los até Sinop, onde é distribuído para hospitais da região.
Em 15 de março, a empresa afirma que foi comunicada pela Messer de que a logística seria modificada. O local do abastecimento dos caminhões foi alterado para Santa Cruz (RJ). Foram acrescentados, com isso, 463 km a mais no trajeto percorrido pelos veículos. Como não há abastecimento aos finais de semana, os caminhões só serão carregados na segunda (22), com previsão de chegada em Sinop na quinta (25). São 2,9 mil km no total.
"Ocorre que notificante em virtude do aumento de casos do Covid-19 baixou seu estoque de oxigênio que estava em 20.000m³, quantidade esta que daria para abastecer a região por aproximados 10 dias, isso, considerando uma demanda diária de 2.000m³, que é o que vinha ocorrendo. Contudo, a demanda no líquido/oxigênio passou abruptamente em 18/03/2021 para 10.000m³/dia", relata.
A empresa pede aos secretários municipais de Saúde que peçam ajuda ao Estado para que fornecimento seja garantido de outra maneira, em até 24 horas. A notificação avisa que a empresa deve tomar medidas judiciais, caso o pedido não seja atendido.